
A memória na mitologia
Na mitologia grega, Zeus uniu-se à deusa da memória, Mnemosine, durante nove noites seguidas. Uma ano depois, a deusa deu à luz nove filhas. Elas são as Musas, que inspiravam os poetas e os literatos em geral, os músicos e os dançarinos e, mais tarde, os astrônomos e os filósofos.
A memória não é para ser guardada, mas usada
Se na mitologia grega a deusa da memória, Mnemosine, é filha de Urano(o céu) e de Gaia (a terra), na vida real ela é filha da prática. A memória precisa ser usada, ou seja, exercitada. Do contrário, ela se perde.
Todas as informações usadas no dia-a-dia estão relacionadas à memória. São novos dados que precisam ser guardados apenas por alguns segundo ou para toda a vida e conhecimentos que são recuperados na memória para dar sentido ao que acontece à nossa volta. Saiba como esse processo funciona.
Como arquivamos as informações
Existem duas formas de armazenamento de memória: a de curto prazo e a de logo prazo.
Memória de longo prazo: retém a informação por muito tempo, para ser recuperada depois de anos, décadas ou em qualquer época da vida. Ela é dividida em três tipos.
Memória de curto prazo(ou memória de trabalho): retém a informação por um curto período, somente pelo tempo em que ela é necessária à pessoa. Depois, a informação é descartada ou, se for necessário, arquivada na memória de longo prazo. Exemplos: quando você que dizer algo para alguém que no momento está falando, daí você fica guardando aquela informação na cabeça até surgir o momento de falar. Ou então ao memorizar um número de telefone apenas durante o tempo de discagem.
Aprendizado e memória
Todas as pessoas têm estratégias para arquivar e resgatar as informações na memória. Elas são individuais e também variam de acordo com o tipo de informação que se quer guardar- números, nomes, imagens, histórias...
A capacidade de desenvolver estratégias aumenta com a atividade intelectual e com o conhecimento que a pessoa tem daquilo que ela está armazenando. Por isso é mais fácil memorizar informações complexas depois que as básicas foram adquiridas. Aprender trigonometria ou álgebra, por exemplo, pouca gente gosta. Mas a tarefa é simplificada quando se adquirem os conhecimentos matemáticos anteriores.
De elefante ou de galinha?
Existe um diferença notável entre as pessoas no que se refere à capacidade de memorização. Daí as expressões memória de elefante e memória de galinha para quem, respectivamente, tem uma memória muito boa e para quem não se lembra de nada.
Sim ou Não?A pessoa acaba perdendo a memória de tanto usá-la?Muito pelo contrário. Não usar a memória é que causa a sua perda. A maior parte dos esquecimentos ocorre pela falta de uso das sinapses, ou seja, das conexões entre as células nervosas que carregam a informação memorizada. Portanto, quanto mais se usa a memória, mais ela é preservada.Os lapsos são comuns?Sim, encontrar uma pessoa e não lembrar quem é ela ou falar de um filme e não lembrar o título são situações desconcertantes, porém comuns.
Quem vive reclamando dessas falhas, mas continua convivendo com elas sem problemas, pode estar tendo uma impressão apenas subjetiva de que o problema está aumentando. Na verdade, esses lapsos passam a ser preocupantes quando interferem no cotidiano da pessoa, obrigando-a, por exemplo, a abandonar uma atividade. Daí é preciso partir para uma investigação médica.Existem formas de treinar a memória?
Sim. Porém, não existe uma receita que funcione para todas as pessoas e também um único método para memorizar qualquer tipo de informação. Fazer palavras cruzadas, como tanto se preconiza, ajuda a memória, sim, mas fazer apenas essa prática não é suficiente. As atividades para treinar a memória devem ser diversificadas. As mais poderosas são:
- ler
- aprender línguas
- praticar jogos de estratégia(xadrez e gamão, por exemplo)
Com o passar dos anos, todo mundo vai perdendo a memória?Sim. A perda fisiológica de neurônios é algo que acontece, naturalmente, com todo mundo, ao longo da vida. Mas ela não deve interferir na realização das atividades do dia-a-dia. Do contrário, deve-se procurar ajuda médica.
Excesso de informação pode levar à perda de memória?Sim e isso é mais comum entre as pessoas jovens. As causas de perda de memória variam conforme a idade.
Causas mais comuns em jovens: ansiedade, depressão, abuso de álcool e consumo de drogas em geral, além do excesso de informação.Causas mais comuns em idosos: depressão, determinados medicamentos, demência(a maioria delas decorrem da doença de Alzheimer), hipotiridismo e doenças vasculares, com AVC(acidente vascular cerebral).
Sem atenção não há memorização?Exatamente. Sem atenção e concentração, não é possível guardar uma informação e, sem guardá-la, não há como recuperá-la depois.
Esquecer é preciso?Sim, entre outras razões, para viver melhor. Esquecemos o que não queremos lembrar. É o caso de um filho de alcoólatra que prefere lembrar do pai não como um eterno inconveniente, mas pelas suas qualidades de pai afetuoso e camarada. Ou, então, a necessidade de esquecer episódios ruins, os quais ocorrem em toda relação e todo tipo de ambiente, seja ele o trabalho, a escola ou a casa de um parente.